The post Surto de esporotricose pressiona operadoras e expõe desafios na assistência veterinária appeared first on Revista Apólice.
]]>A escalada não é propriamente inesperada. Secretarias estaduais vêm registrando surtos localizados desde o fim de 2024, sobretudo nas regiões Norte e Sudeste. Mas a velocidade do crescimento e a complexidade do manejo exige isolamento, exames específicos e tratamento antifúngico prolongado, criando um cenário que desafia estruturas assistenciais que não foram desenhadas para lidar com epidemias de origem animal.
Segundo a responsável técnica da A.Pet, Dra. Fernanda Mirante, os primeiros indícios de aumento surgiram no fim do ano passado, quando as consultas remotas passaram a registrar mais relatos de tutores com dúvidas sobre lesões e risco de contágio. “A telemedicina virou o ponto inicial de triagem. Os tutores chegam com fotos, suspeitas e receio de exposição humana. É a partir desse contato que orientamos o fluxo clínico correto”, explica.
Em meio ao crescimento dos casos, a teleorientação adquiriu papel central. Além de esclarecer dúvidas e identificar sinais compatíveis com a doença, o canal passou a funcionar como ponte entre tutores e clínicas, organizando encaminhamentos, conferindo elegibilidade de coberturas e orientando sobre reembolsos.
A dinâmica ajuda a evitar um dos principais riscos associados à esporotricose: a manipulação doméstica de feridas, que pode resultar em transmissão para humanos. Por outro lado, a dependência desse filtro remoto também revela limitações estruturais. A confirmação diagnóstica exige exames específicos e acompanhamento presencial regular, etapas que variam conforme a disponibilidade de laboratórios veterinários e a capacidade das clínicas credenciadas.
Mirante afirma que, embora a operadora não intervenha na conduta clínica, a equipe reforça boas práticas de biossegurança e recomendações estabelecidas pelos CRMVs. “Cada clínica segue seus próprios protocolos, determinados pelos responsáveis técnicos. Nosso papel é reforçar orientações sobre EPIs, contenção segura e medidas pós-exposição”, diz.
O atendimento a casos suspeitos de esporotricose não é padronizado no país. Regras de isolamento variam conforme vigilâncias municipais e o manejo clínico depende da experiência de cada equipe. Para operadoras, isso limita a capacidade de orientação uniforme e amplia as diferenças na jornada assistencial.
Para especialistas em epidemiologia veterinária consultados pela reportagem, a falta de diretrizes nacionais consolidadas é um dos fatores que dificultam a resposta ao surto. Embora estados como Rio de Janeiro e São Paulo tenham normativas próprias, grande parte do país ainda opera sem protocolos específicos para manejo, notificação e monitoramento de casos.
O tratamento da esporotricose exige meses de antifúngicos, retornos periódicos e monitoramento laboratorial. O custo elevado tem ampliado a pressão sobre famílias de baixa renda e sobre ONGs que atuam no resgate de felinos. Operadoras de saúde pet, por sua vez, enfrentam o desafio de orientar corretamente os tutores sem criar expectativas de cobertura além do previsto em contrato.
Na A.Pet, consultas, exames e atendimentos ambulatoriais estão cobertos conforme o plano contratado, mas o tratamento completo frequentemente ultrapassa os limites dos produtos mais acessíveis. “Há um impacto econômico importante. Orientamos, acolhemos e facilitamos o fluxo assistencial, mas a desigualdade no acesso ainda se impõe”, afirma Mirante.
A condição prolongada gera outro efeito: o risco de abandono. Entidades de proteção animal relatam aumento de entregas voluntárias e pedidos de resgate de gatos doentes, em muitos casos fruto de desinformação. A operadora confirma crescimento de chamadas relacionadas ao medo de transmissão ou à crença equivocada de que a eutanásia seria uma solução indicada em larga escala.
Com a doença ganhando projeção nas redes sociais, boatos sobre transmissibilidade, protocolos e necessidade de eutanásia passaram a interferir no comportamento dos tutores. A A.Pet afirma que parte relevante das teleorientações é dedicada a esclarecer esses pontos e evitar que decisões precipitadas agravem o problema sanitário.
“A eutanásia é uma medida extrema, tomada apenas após avaliação clínica presencial e pautada por critérios éticos. Nosso foco é oferecer informação confiável e orientar corretamente o tutor”, diz Mirante. A operadora também reforça mensagens sobre prevenção, reconhecimento de sinais iniciais e necessidade de acompanhamento presencial, especialmente em domicílios com crianças, idosos ou pessoas imunossuprimidas.
Embora as operadoras não tenham obrigação legal de consolidar dados epidemiológicos, o volume de teleorientações e reembolsos cria um retrato indireto do avanço da esporotricose. Segundo a A.Pet, o aumento de relatos ocorre mesmo em municípios que ainda não declararam oficialmente surtos.
Mirante observa que essa base de relatos ajuda a identificar mudanças no comportamento da doença, mas não substitui os processos formais de notificação e vigilância conduzidos por órgãos públicos. “Estamos atentos ao que aparece nos nossos canais, mas seguimos as orientações das autoridades sanitárias”, afirma.
Operadores do setor ouvidos pela reportagem reconhecem que a ausência de integração entre vigilância veterinária e humana dificulta a construção de um panorama nacional mais preciso, especialmente em uma zoonose cujo impacto é compartilhado entre saúde animal e saúde pública.
O avanço da esporotricose também reacendeu discussões internas sobre ampliação do acesso. A A.Pet afirma estudar formatos de planos mais baratos, baseados em prevenção, atenção básica e uso intensivo da telemedicina. A ideia é reduzir barreiras econômicas sem comprometer a sustentabilidade dos produtos.
Apesar de não desenvolver campanhas próprias de castração ou controle populacional, a operadora apoia iniciativas conduzidas por clínicas parceiras e entidades de proteção animal, sobretudo nos municípios mais afetados pelo surto.
Em relação a pesquisas, a empresa não mantém parcerias formais com universidades ou laboratórios, mas indica que estimula profissionais da rede a colaborar com estudos externos. A posição reforça a visão de que o tema pertence prioritariamente às autoridades sanitárias e aos órgãos reguladores da medicina veterinária.
A expansão da esporotricose funciona como um estresse real para o sistema de saúde pet e evidencia a necessidade de respostas mais coordenadas. Para operadoras, o episódio marca uma transição: da atuação restrita ao financiamento do cuidado para um papel mais ativo na articulação entre tutores, clínicas e serviços públicos.
O setor ainda busca parâmetros para lidar com doenças de impacto coletivo, mas especialistas apontam que a experiência atual deve influenciar o desenho de produtos, fluxos assistenciais e protocolos de comunicação nos próximos anos.
Enquanto isso, a A.Pet segue acompanhando a evolução dos casos e ajustando sua rotina de atendimento. “É uma situação que exige vigilância constante. A telemedicina, a comunicação estruturada e a orientação correta são fundamentais para reduzir riscos e garantir que os tutores tenham acesso a cuidados adequados”, conclui Mirante.
Nicholas Godoy, de São Paulo
The post Surto de esporotricose pressiona operadoras e expõe desafios na assistência veterinária appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Casa do Seguro: Prudential do Brasil lança estudo inédito na COP30 appeared first on Revista Apólice.
]]>Esses foram os dados apresentados hoje na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-30) durante o painel “O Papel do setor de seguros na resiliência climática e social”. Moderado pela CEO da Prudential do Brasil, PatriciaFreitas, o encontro reuniu Adriana Campelo, Coordenadora Regional da Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres (UNDRR); Jessica Bastos, diretora da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Mabyr Valderrama, diretora de Sustentabilidade da Federação de Aseguradores Colombianos (FASECOLDA); e Tatiana Assali, sócia da Environmental Resources Management (ERM), no Dia da Prudential na Casa do Seguro, da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Maior seguradora independente em Seguro de Vida no Brasil, a Prudential apresentouseu primeiro estudo de Riscos de Sustentabilidade com foco em vida. Desenvolvido em parceria com a ERM, maior consultoria especializada em sustentabilidade do mundo, o estudo revela como os riscos climáticos e de saúde pública se conectam e podem afetar a economia, a longevidade e a sustentabilidade do seguro de vida até 2050.
Realizada com base na carteira de clientes Vida Individual da Prudential do Brasil, a pesquisa avaliou o impacto das doenças cardiovasculares e do câncer em possíveisindenizações. Os resultados indicam que promover melhorias na alimentação e adotar hábitos saudáveis podem reduzir em até 65,7% as indenizações por morte decorrente de doenças cardiovasculares até 2050, em um cenário otimista. Por outro lado, o cenário pessimista alerta para os riscos de não agir: hábitos alimentares inadequados, somados ao aumento de temperatura, podem aumentar o índice de mortalidade, elevando significativamente as indenizações por doenças cardiovasculares a partir de 2030.
“Os desafios climáticos trazem riscos também para a saúde, como as doenças tropicais ecardiovasculares. É por isso que este estudo é tão importante. Ele nos ajuda a entender como esses fenômenos ampliam riscos para as pessoas e para as famílias, e reforça a necessidade de ampliar o acesso a proteção e bem-estar”, afirma Patricia Freitas, CEO da Prudential do Brasil.
O estudo aponta ainda que, entre segurados de alta renda e melhor qualidade de vida, pode haver uma redução de até 13% nas indenizações por mortalidade por câncer até 2050 em um cenário otimista. Esse resultado contrasta fortemente com o cenário pessimista, que projeta um aumento potencial de até 53% nas indenizações.
“Temos um desafio que vem antes de qualquer discussão climática: a participação do seguro na vida das pessoas. Seguro de automóvel, por exemplo, só chega a 30% da população, enquanto apenas 18% têm a proteção do seguro de vida. A base para mudar essa realidade é a educação – ambiental e financeira. Quando avançamos nesses pilares, ampliamos a capacidade de cuidar das pessoas e fortalecemos a resiliência do nosso país”, complementa a CEO Patricia.
Uma resposta concreta do compromisso da Prudential com a saúde preventiva é o Fully,plataforma que incentiva hábitos saudáveis e promove o bem-estar físico, mental e financeiro. Ao transformar o cuidado em recompensas e cashback, a plataforma alinha o interesse financeiro dos segurados com a sua longevidade, agindo como um poderoso mecanismo de mitigação do risco social, tal como evidenciado pela modelagem do estudo.
O estudo também analisou os impactos das mudanças climáticas, evidenciando a necessidade de uma gestão de riscos integrada, combinando variáveis ambientais, sociais e financeiras. A análise mostra que políticas climáticas mais ambiciosas têm o potencial de fortalecer a resiliência das sociedades no longo prazo, reforçando o papel estratégico do seguro de vida como instrumento de adaptação e estabilidade social diante dos novos desafios globais.
The post Casa do Seguro: Prudential do Brasil lança estudo inédito na COP30 appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Bradesco Saúde lança plano nacional Efetivo Plus appeared first on Revista Apólice.
]]>O Efetivo Plus foi estruturado como uma opção de entrada entre os planos nacionais da companhia, com coberturas ambulatorial e hospitalar com obstetrícia. As empresas podem escolher versões com ou sem coparticipação e definir acomodação em quarto ou enfermaria.
Na capital paulista, o plano conta com rede credenciada que inclui Hospital Edmundo Vasconcellos, Hospital São Camilo Pompéia, Hospital São Luiz Jabaquara, Hospital Villa Lobos, Instituto do Coração (InCor), Hospital da Criança e Maternidade Santa Joana.
Segundo Flávio Bitter, diretor da Bradesco Saúde, o lançamento amplia o alcance da oferta da operadora ao atender diferentes perfis de empresas e reforçar sua atuação em regiões prioritárias.
Além da rede hospitalar, o Efetivo Plus incorpora serviços já disponíveis no ecossistema da operadora, como telemedicina e atendimento psicológico via aplicativo Bradesco Saúde. Os beneficiários também têm acesso às unidades Meu Doutor Novamed — atualmente com 12 clínicas na Grande São Paulo —, além de programas de seleção de médicos e ofertas de produtos e serviços com condições diferenciadas pelo Clube+Saúde.
The post Bradesco Saúde lança plano nacional Efetivo Plus appeared first on Revista Apólice.
]]>The post GFT cresce com IA e seguros e mantém projeções para 2025 appeared first on Revista Apólice.
]]>O mercado brasileiro reforçou sua posição estratégica para a companhia, representando 20% da receita global. O faturamento no País alcançou € 127,82 milhões, aumento de 27% na comparação anual. Em 30 de setembro de 2025, a GFT Brasil somava 4.308 colaboradores em tempo integral.
A expansão das iniciativas em inteligência artificial seguiu acelerada. O Wynxx, solução de IA generativa da GFT, ampliou sua base para 58 clientes — alta de 38% sobre o trimestre anterior — e já opera em oito países. O Bradesco Seguros relatou ganho de 40% em produtividade nos processos de desenvolvimento e modernização de sistemas após a adoção da plataforma. Mais de 10 mil engenheiros da empresa já foram treinados no uso da tecnologia.
A companhia também avançou em parcerias estratégicas. A Audi AG assinou contrato de três anos para ampliar sua plataforma digital baseada na tecnologia Engenion. Outro destaque foi a adoção do Smaragd Compliance Suite por um banco alemão, consolidando a solução como referência em monitoramento de transações. A GFT firmou ainda novo contrato de plataforma de IA, dados e software com uma empresa alemã de robótica cognitiva. A aquisição da Megawork, concluída em setembro, já apresentou resultados em vendas cruzadas.
Na avaliação do CEO global da GFT, Marco Santos, os resultados refletem o fortalecimento da estratégia focada em IA e modernização tecnológica. Para Alessandro Buonopane, CEO da GFT na América Latina e no Brasil, o crescimento da região demonstra maturidade do ecossistema e a relevância crescente das soluções baseadas em IA generativa.
Apesar do avanço global, a empresa registrou retração na Europa Continental (-6%), influenciada por fatores macroeconômicos na Espanha, Itália e Alemanha. O CFO Jochen Ruetz destacou a disciplina de custos e o foco em projetos de maior valor como fatores que contribuíram para a melhora na tendência de lucros, mesmo com o EBIT ajustado 16% abaixo do registrado em 2024.
A GFT confirma sua projeção de receita anual de € 885 milhões e de EBIT ajustado em torno de € 65 milhões. Para 2029, a empresa estima alcançar € 1,5 bilhão em receita, com margem EBIT ajustada de 9,5%, ancorada em expansão orgânica, aquisições e aumento da oferta de serviços de maior margem.
The post GFT cresce com IA e seguros e mantém projeções para 2025 appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Casa do Seguro: Setor amplia compromissos com a agenda sustentável na COP30 appeared first on Revista Apólice.
]]>Durante os painéis promovidos, nesta sexta-feira, pela seguradora na Casa do Seguro, espaço de debates da CNseg na COP30, a empresa reforçou a intenção de ampliar a integração de práticas ESG às estratégias de negócio e fortalecer a contribuição do seguro na transição para um futuro de baixo carbono.
O compromisso Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável
No primeiro painel, o presidente da Caixa Seguridade, Gustavo Portela, propôs que o setor de seguros assuma definitivamente seu papel estratégico diante da escalada dos eventos climáticos extremos. Ele lembrou que incêndios, ondas de calor, tempestades e enchentes — do Chile ao Hemisfério Norte, da África à Europa e, cada vez mais, no Brasil — deixaram de ser exceções. O tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, foi citado como exemplo recente de um cenário que já faz parte da rotina nacional.
Portela resgatou o protagonismo brasileiro desde a Rio 92, quando nasceram a Agenda 21, a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e a UNEP-FI. Segundo ele, foi ali que o setor segurador começou a compreender seu papel na gestão dos riscos ambientais — consciência que hoje se torna central para a continuidade da vida econômica e social.
Nesse contexto, ele anunciou dois movimentos estratégicos: a adesão da Caixa Seguridade aos Princípios para a Sustentabilidade em Seguros (PSI), da UNEP-FI, e a associação ao CEBDS, think tank de referência em sustentabilidade no país. As iniciativas reforçam, segundo Portela, o triplo papel do setor: gestor de riscos, tomador desses riscos por meio da subscrição e investidor capaz de direcionar recursos para adaptação e mitigação climática.
Para ele, enfrentar a crise climática exige um “pacto civilizatório”, no qual as seguradoras deixam de atuar apenas após os desastres e passam a influenciar prevenção, resiliência e reconstrução. “Proteger é da nossa natureza”, afirmou.
Viviane Romeiro, diretora do CEBDS, lembrou que a Caixa Seguridade é a segunda seguradora associada ao CEBDS. Em sua fala, enfatizou que o momento atual da agenda climática é de “acelerar a implementação das ações”, saindo do campo da negociação para a prática.
Ela destacou a importância de ver os seguros não apenas como “reparo”, mas como “prevenção”, um papel fundamental para promover uma maior qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade a eventos extremos. Viviane também ressaltou a relevância da justiça climática, que conecta os impactos ambientais às desigualdades sociais e à crise da biodiversidade. Para ela, o setor de seguros tem papel estratégico nesse contexto, ao incorporar o olhar social na gestão de riscos climáticos.
Butch Bacani, head de Seguros da UNEP FI, assinalou que o PSI, embora global, “nasceu no Brasil” durante a Rio+20, em 2012 e detalhou o “triplo papel” dos seguradores na sustentabilidade: como gestores de risco, subscritores de risco (seguradores) e investidores. Sua fala teve um tom forte sobre o propósito da agenda. “Sustentabilidade genuína é sobre equidade intergeracional. Ou seja, desenvolver as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.”
O papel da previdência privada no financiamento climático
O segundo painel discutiu como os fundos de previdência aberta podem ser mais proativos no financiamento climático. Um estudo apresentado por Annelise Vendramini, pesquisadora, ICS / FGV EAESP, norteou os debates.
O levantamento identificou benefícios e barreiras. Entre os pontos positivos, a constatação de que parcela do patrimônio dos fundos já é empregada em ativos alinhados à sustentabilidade climática no país e, ainda mais surpreendente, sua performance financeira significativa. Os pontos negativos são a falta de oferta de ativos (“não há títulos verdes ou sustentáveis em volume e qualidade suficientes no mercado”), falta de transparência; e pressão por resultados a curto prazo.
Para ela, a participação em investimentos ESG na faixa de 10% a 12% do total alocado e a rentabilidade promissora sugerem um cenário promissor para os títulos verdes. “Apesar de um ambiente regulatório em constante evolução, não identificamos obstáculos significativos que impeçam a alocação em questões ESG, sempre considerando o cumprimento do dever fiduciário e as devidas responsabilidades. Na verdade, há um crescente interesse e desejo de aumentar essa alocação. Embora existam barreiras estruturais, institucionais e de capacidade que, esses desafios são superáveis. Em suma, não encontramos impedimentos substanciais para a ampliação da alocação de recursos em prol da agenda de sustentabilidade”, afirmou ela.
Investimentos sutentáveis
Na sua exposição, Maria Netto Schneider, presidente do iCS, conectou os achados do estudo com a discussão global sobre financiamento climático. Argumentou que os “trilhões” necessários para a transição climática não estão apenas nos bancos, mas principalmente em fundos de pensão e previdência. Defendeu a necessidade de “destravar” esse capital por meio de reformas regulatórias e da criação de portfólios de projetos adequados aos investidores.
Jean-Christophe Hamery reforçou que a Caixa Vida e Previdência está fortalecendo sua estratégia de investimentos sustentáveis, com destaque para o uso crescente de títulos verdes, instrumentos que direcionam recursos para projetos de impacto ambiental positivo e reforçam a responsabilidade na gestão dos ativos previdenciários.
Hamery sublinhou a importância de a indústria acompanhar a construção da taxonomia sustentável brasileira, que definirá critérios claros e confiáveis para identificar atividades econômicas alinhadas à transição climática. Para ele, essa padronização será essencial para orientar investimentos, evitar ambiguidades e dar transparência ao mercado.
Outro ponto enfatizado foi a necessidade de avançar na rotulagem de fundos, permitindo que participantes de previdência compreendam de forma simples e objetiva o nível de aderência socioambiental de cada produto. Segundo Hamery, rótulos claros aumentarão a confiança, facilitarão comparações e fortalecerão práticas responsáveis no setor.
Ele também destacou que nenhuma agenda sustentável avança sem educação financeira, especialmente no segmento previdenciário, onde decisões têm horizonte de décadas. Capacitar participantes para entender risco, retorno, sustentabilidade e impacto é, segundo Hamery, tão importante quanto aperfeiçoar produtos e regulações.
Hamery defendeu ainda que a previdência privada, por sua natureza de longo prazo, deve ser protagonista na transição para uma economia mais resiliente — combinando governança, transparência, inovação e investimentos alinhados às melhores práticas ambientais e sociais.
O terceiro e último painel se dedicou a avaliar os riscos e oportunidades relativos às mudanças climáticas em seguros, capitalização, consórcio e assistências.
Rafael Fonseca Niemeyer e Mariana Saragoça, sócios do Stocche Forbes Advogados, apresentaram os principais destaques de estudo jurídico-regulatório desenvolvido com todas as verticais da Caixa, destacando que a preparação para enfrentar riscos climáticos — assim como em qualquer jornada complexa — depende de informação, transparência e dados confiáveis.
Ele lembrou que, em 2024, eventos climáticos extremos geraram US$ 300 bilhões em perdas no mundo, sendo que menos da metade teve cobertura securitária. O dado, segundo ele, evidencia a urgência de empresas, governos e sociedade estruturarem respostas mais robustas para mitigar riscos e orientar investimentos.
Ela assinalou que cada vertical de negócios é impactada de forma distinta, e que segregar riscos por atividade permite estratégias mais eficazes.
Niemeyer destacou que o setor de seguros já está adiantado na agenda climática: desde 2022, com a Susep 666, as seguradoras divulgam informações climáticas antes mesmo da implementação integral dos novos padrões nacionais.
Ele ressaltou ainda a importância do uso ampliado de dados climáticos granulares para orientar políticas públicas, precificação e criação de produtos mais adequados a realidades locais — por bairro, cidade ou região. Essa base de informação melhora decisões, reduz exposição a riscos e eleva a eficiência dos investimentos.
Ao apresentar os referenciais internacionais utilizados, destacou o ISSB (incorporado no Brasil como CPC/CBPS S1 e S2) e a recém-lançada taxonomia sustentável brasileira, que deve direcionar investimentos para atividades alinhadas à transição climática.
Por fim, lembraram que o arcabouço regulatório brasileiro inclui normas como a CNC 473, que reforçam governança, gestão de riscos e controles internos. Esse conjunto de diretrizes, segundo Niemeyer, coloca o setor segurador em posição privilegiada para liderar a adaptação climática no país.
Neste painel, os CEOS das verticais de seguro residencial, seguro de vida, capitalização, consórcio e assistências da Caixa, fizeram um breve resumo dos impactos das mudanças climáticas nas respectivas áreas de atuação. Participaram deste painel Rodrigo Valença (CEO da Caixa Residencial) Arlindo Garrote, CEO da Caixa Assistência; Elerson Leris (CEO da Caixa Consórcio), Gustavo Portela (CEO da Caixa Seguridade); Jean-Christophe Hamery (CEO da Caixa Vida e Previdência); e Nelma Tavares (CEO da Caixa Capitalização). Evidenciou que os extremos climáticos afetam de forma significativa os seguros de danos, como o residencial e os serviços de assistência. Em contrapartida, a capitalização e os consórcios não sentem os efeitos dos eventos climáticos severos.
The post Casa do Seguro: Setor amplia compromissos com a agenda sustentável na COP30 appeared first on Revista Apólice.
]]>The post COP30: Seguros Unimed anuncia compromisso para compensar mais de 500 toneladas de CO2 por ano appeared first on Revista Apólice.
]]>O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é quem define as regras para a gestão das áreas protegidas no país, instituída pela Lei 9.995/2000. A RPPN, categoria privada dentro do sistema, permite a adesão voluntária de empresas e da sociedade à preservação da biodiversidade brasileira. A Seguros Unimed tem a honra de participar deste projeto que é pioneiro e anunciar a iniciativa num evento de relevância internacional, com objetivo de atrair a atenção para emergência climática. O mais importante é que o programa é replicável e pode ser adotado por outras empresas que queiram contribuir para a preservação”, afirma Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed.
Histórico ambiental
A iniciativa reforça o compromisso da Seguros Unimed com a governança ambiental e o apoio às comunidades locais envolvidas nos projetos. Parceira da Fundação Biodiversitas desde março de 2019, a seguradora apoia quatro importantes reservas de proteção permanente: Mata do Sossego, Mata do Passarinho, Ninho da Tartaruga e Estação Biológica de Canudos, áreas que abrigam espécies ameaçadas e desempenham papel essencial na recuperação de ecossistemas brasileiros. A Biodiversitas é responsável pelas primeiras Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas do Brasil. Um dos destaques é o Programa Permanente de Proteção da Arara-Azul-de-Lear. A espécie, que nos anos 1990 contava com apenas 60 indivíduos, hoje soma cerca de 2.500, segundo o censo mais recente.
A colaboração também contempla a preservação do entufado-baiano e de mais de 300 espécies de aves que habitam a Mata do Passarinho, um dos últimos remanescentes florestais do Vale do Jequitinhonha, na divisa entre Minas Gerais e Bahia.
No caso da seguradora, as emissões estão ligadas diretamente ao uso de veículos e, indiretamente, ao deslocamento de colaboradores, transporte de serviços, cadeia de valor e resíduos da operação. “Nosso esforço está muito alinhado com o aquilo que a Seguros Unimed acredita e ao pilar do cooperativismo, que se preocupa com a comunidade, com o desenvolvimento local e com o meio ambiente”, destaca o presidente da Seguros Unimed.
“Este modelo de compensação de carbono foi desenhado para ser aplicável, acessível e replicável, permitindo que qualquer organização contribua com transparência e resultados reais para a conservação da biodiversidade. Cada iniciativa conta para preservar a vida no planeta e enfrentar as mudanças climáticas”, finaliza o presidente da Seguros Unimed.
The post COP30: Seguros Unimed anuncia compromisso para compensar mais de 500 toneladas de CO2 por ano appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Explosão no Tatuapé expõe limites do seguro residencial appeared first on Revista Apólice.
]]>O caso ganhou repercussão rápida porque atinge um ponto sensível em grandes cidades: a coexistência entre áreas residenciais e atividades de risco, muitas vezes sem qualquer controle. Além dos danos imediatos, o episódio levanta dúvidas sobre a cobertura securitária de quem foi atingido e de quem causou o acidente.
Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), cerca de 20% das residências brasileiras possuem seguro contratado. Embora a maioria das apólices inclua proteção contra incêndio e explosão, a cobertura depende de condições específicas e nem sempre o consumidor compreende o alcance dessas regras. No caso do Tatuapé, a discussão gira em torno do chamado “agravamento intencional do risco”, conceito previsto no Código Civil e determinante para a análise das seguradoras.
Lourenço Bandeira, integrante do corpo jurídico do Grupo Caburé, analisou o episódio à luz da legislação e das práticas do mercado. De acordo com Bandeira, situações como a do Tatuapé estão fora do escopo de qualquer seguro residencial tradicional. O motivo é jurídico e técnico. “O seguro residencial, via de regra, não cobrirá explosões ou incêndios causados pelo armazenamento inadequado de fogos de artifício. Isso é enquadrado como agravamento intencional do risco, conforme o Artigo 768 do Código Civil, o que anula a garantia”, afirma.
As apólices são estruturadas para riscos domésticos usuais, como vazamentos de gás de cozinha ou curto-circuito. A guarda de explosivos, ainda que em pequena escala, costuma constar explicitamente entre as exclusões contratuais. “Essa situação foge totalmente do risco calculado pela seguradora”, completa.
A recusa ao pagamento depende da comprovação de que o segurado alterou o risco originalmente contratado. No caso de depósitos clandestinos, esse enquadramento tende a ser direto. “A seguradora negará a indenização sempre que houver agravamento intencional do risco ou quando o segurado deixa de comunicar mudanças relevantes no uso do imóvel”, explica Bandeira. O armazenamento de explosivos, além de ilegal, descaracteriza a destinação residencial apresentada no contrato.
Segundo ele, também há respaldo no Artigo 769 do Código Civil, que exige que o segurado informe qualquer alteração que torne o risco mais grave. “Ao transformar a casa em um depósito de alto risco, o segurado rompe com o princípio da boa-fé, base da relação securitária”, acrescenta.
Entre os cenários mais comuns de perda de direito, Bandeira destaca três frentes:
Esses casos, segundo ele, são mais frequentes do que parece, especialmente em regiões onde imóveis residenciais vêm sendo usados para armazenar produtos inflamáveis, mercadorias de revenda ou equipamentos industriais.
Para quem não tinha relação com o depósito clandestino, o cenário é diferente. Os danos provocados pela explosão estão dentro das coberturas usuais do seguro residencial contratado pelos vizinhos. “Do ponto de vista deles, trata-se de um sinistro externo coberto pela apólice”, explica.
Após pagar a indenização, a seguradora tem direito à sub-rogação, podendo acionar judicialmente o responsável pelo acidente. Paralelamente, os moradores afetados também têm respaldo legal direto contra o proprietário do imóvel onde estavam os fogos, com base no Artigo 1.277 do Código Civil, que trata do Direito de Vizinhança e estabelece responsabilidade objetiva pelo uso anormal da propriedade.
Embora a legislação securitária seja clara quanto aos deveres das partes, a compreensão dessas regras pelo consumidor ainda é limitada. Para Bandeira, a questão não está na falta de normas, mas na forma como as informações chegam ao segurado.
“O mercado falha ao não dar o devido destaque às cláusulas restritivas. O consumidor recebe documentos extensos, com linguagem jurídica e tem dificuldade para identificar exclusões essenciais como o agravamento de risco”, afirma. Ele defende que seguradoras e corretores adotem resumos claros das principais restrições logo na primeira página da apólice, reforçando o dever de informação previsto no Código de Defesa do Consumidor.
Nicholas Godoy, de São Paulo.
The post Explosão no Tatuapé expõe limites do seguro residencial appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Mapfre e Livelo anunciam campanha de recompensas na Black Friday appeared first on Revista Apólice.
]]>Até o dia 30 de novembro, clientes que renovarem o seguro de automóvel ganharão 1.000 pontos Livelo e terão direito à higienização gratuita do ar-condicionado, realizada pela Autoglass. Já no seguro residencial, a bonificação será de 500 pontos no caso de renovação.
Além das renovações, a seguradora vai aplicar até 19% de desconto nas taxas administrativas dos consórcios de veículos e imóveis e 10% de abatimento em novas contratações de seguros de vida individual e para a modalidade ‘doenças graves’.
Ainda durante a semana de 12 a 16 de novembro, a seguradora também vai promover uma ação especial do Club Mapfre, programa de relacionamento que reúne benefícios em marcas parceiras. Os 100 primeiros novos cadastrados receberão 500 pontos Livelo e um par de ingressos de cinema. O clube inclui parcerias com empresas como Cacau Show, Webmotors, Stanley, Domino’s, entre outras 1.500 marcas parceiras.
Para a Mapfre, a iniciativa ajuda a aproximar o seguro de um comportamento de consumo mais frequente e conectado ao cotidiano das pessoas. “Queremos que o cliente veja o seguro como algo presente no dia a dia, que protege e também devolve valor. A Black MAPFRE foi pensada justamente para criar essa conexão mais próxima e recompensadora”, afirma a diretora de clientes, comunicação e marketing da Mapfre Brasil, Tatiana Cerezer.
Ao todo, a MAPFRE reservou mais de cinco milhões de pontos Livelo para serem distribuídos na Black Friday. A companhia vê na data uma oportunidade de fortalecer o relacionamento com clientes e tornar o seguro um produto mais próximo da lógica de recompensas e benefícios que o consumidor já está acostumado a encontrar no varejo e em serviços digitais.
The post Mapfre e Livelo anunciam campanha de recompensas na Black Friday appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Enem leva debate sobre longevidade a milhões de jovens e setor vê avanço cultural no tema appeared first on Revista Apólice.
]]>O tema proposto pelo Inep aparece em um momento em que o Brasil avança rapidamente para uma configuração etária inédita: mais idosos, menos nascimentos e mudanças no perfil de consumo e de uso dos serviços públicos. Para empresas que lidam diretamente com risco e proteção, como seguradoras e entidades de previdência, a discussão envolve desde comportamento social até desenho de produtos futuros.
Alexandre Nogueira, diretor de Marketing do Grupo Bradesco Seguros, avalia que o tema do Enem acompanha um movimento que já está presente na sociedade. “A longevidade deixou de ser um debate restrito. É um assunto que atravessa gerações e que faz sentido aparecer para o jovem, que está em fase de formação e escolhas de vida”, afirma.
A presença do tema no Enem tem efeito direto sobre a percepção do público mais jovem. Embora a discussão sobre envelhecimento costume ganhar força a partir dos 30 ou 40 anos, especialistas apontam que a compreensão precoce sobre mudanças demográficas pode influenciar decisões individuais e coletivas, da entrada no mercado de trabalho ao planejamento financeiro de longo prazo.
Para o Grupo Bradesco Seguros, essa aproximação abre espaço para uma agenda mais ampla de educação para o futuro. “Quanto mais a sociedade discutir o tema da longevidade, mais fácil será compreender o valor das diferenças entre gerações, que podem contribuir para equilibrar relações familiares, profissionais e sociais”, observa Nogueira.
O executivo destaca ainda que o debate mobiliza nos jovens temas tradicionalmente associados a públicos mais maduros, como proteção, planejamento e seguros. “O respeito e o aprendizado mútuos são essenciais para uma convivência mais saudável e colaborativa”, completa.
A discussão pública sobre envelhecimento tem se ampliado nos últimos anos, impulsionada pela mudança demográfica e por novos modelos de convivência intergeracional. Conteúdos e programas voltados ao tema registram altos índices de engajamento, um sinal de que a pauta está ganhando espaço nas conversas do dia a dia. “O interesse pelo tema vem crescendo e mostra que o assunto está cada vez mais presente nas conversas familiares, tornando-se parte da rotina das pessoas”, afirma Nogueira. Para ele, o debate estimulado pelo Enem contribui para fortalecer uma percepção mais informada sobre o futuro e sobre o papel do planejamento ao longo da vida.
A mudança cultural é considerada necessária por pesquisadores e entidades do setor. O envelhecimento acelerado do país pressiona políticas públicas, sistemas de saúde, relações de trabalho e modelos de proteção social. A discussão entre jovens funciona como ponto de partida para ajustes estruturais de longo prazo.
A transformação demográfica já impacta diretamente o mercado segurador. Com mais idosos economicamente ativos e uma população que vive mais tempo, empresas têm redesenhado ofertas, jornadas de atendimento, benefícios e serviços complementares. Há também alterações no comportamento de consumo e na busca por soluções personalizadas.
“O envelhecimento da população brasileira já causa impacto em produtos, serviços e padrões de consumo”, afirma Nogueira. Segundo ele, atender diferentes gerações simultaneamente exige revisões constantes. “É essencial estar preparado para oferecer soluções adequadas a cada fase da vida. Esse processo reforça o papel das empresas e da sociedade na construção de um futuro mais equilibrado, consciente e seguro.”
A escolha do tema pelo Enem também abre uma janela para empresas e instituições planejarem ações educativas e de comunicação voltadas a públicos diversos. O diálogo entre gerações aparece como elemento central em políticas internas, programas corporativos, campanhas e iniciativas de responsabilidade social.
Para o Grupo Bradesco Seguros, o destaque do tema no exame nacional fortalece essa agenda. “Ver a longevidade ganhar evidência no Enem é algo muito positivo, pois reforça sua importância e atualidade”, diz Nogueira. A companhia afirma que continuará promovendo fóruns, eventos e conteúdos sobre o assunto, com foco em ampliar a discussão e incentivar práticas de planejamento e bem-estar ao longo da vida.
Embora apareça como tema de redação, o envelhecimento representa questões estruturais que o país precisará enfrentar nas próximas décadas: readequação de políticas públicas, sustentabilidade dos sistemas previdenciários, adaptação das cidades, revisão de modelos de cuidado e reorganização das relações de trabalho.
Nicholas Godoy, de São Paulo.
The post Enem leva debate sobre longevidade a milhões de jovens e setor vê avanço cultural no tema appeared first on Revista Apólice.
]]>The post Mercado automotivo debate descarbonização na Casa do Seguro appeared first on Revista Apólice.
]]>O painel de abertura, “Descarbonização do setor automotivo”, moderado por Henry Joseph Jr., assessor especial da presidência da ANFAVEA, destacou a velocidade da transição energética no Brasil. Segundo ele, o setor avança simultaneamente em veículos leves e pesados, biocombustíveis, eletrificação, ciclo de vida dos produtos e captura de carbono.
Fabio Rua, vice-presidente para a América do Sul da GM, afirmou que a eletrificação será obrigatória em todos os veículos produzidos pela empresa no país até 2030. Ele citou o primeiro modelo totalmente elétrico fabricado no Brasil, no Ceará, e reforçou a meta global de neutralidade de carbono até 2040, lembrando que as operações brasileiras já apresentam avanços no uso de energia renovável.
Gustavo Bonini, diretor institucional da Scania na América Latina, organizou sua análise em três eixos — tecnologia, infraestrutura e políticas públicas — e defendeu a importância da produção local. Segundo ele, o país já dispõe das principais tecnologias para reduzir emissões, com destaque para o biometano, a produção nacional de B100 e os desafios logísticos da eletrificação de longa distância.
João Irineu, VP de Assuntos Regulatórios da Stellantis, ressaltou a vantagem competitiva brasileira: matriz energética limpa e diversidade de soluções. Ele citou programas como Inovar-Auto, Rota 2030 e Mover, que juntos já resultaram em 35% de redução de CO₂ em uma década. Para ele, a transição só será efetiva se cada tecnologia “caber no bolso do cliente”.
Na sequência, Priscila Rocha, gerente de Sustentabilidade da Volkswagen Caminhões e Ônibus, reforçou que o transporte pesado demanda múltiplas alternativas — biodiesel, biogás, híbridos e elétricos — para atender diferentes perfis de operação. Roberto Braun, diretor de Comunicação e presidente da Fundação Toyota, completou que nenhuma solução isolada dará conta do desafio climático, destacando a combinação entre biocombustíveis e o híbrido flex.
Um dos pontos mais inéditos do Fórum veio com a apresentação de João Paulo Sertã, diretor de Green Finance do ILB Labs. Ele trouxe um estudo que quantifica emissões ocultas relacionadas aos sinistros — dos deslocamentos e reparos à substituição de peças. Segundo Sertã, essas emissões formam uma “camada invisível” ainda pouco estudada. O levantamento, desenvolvido com seguradoras e peritos franceses, aponta oportunidades de redução e práticas sustentáveis na gestão de indenizações.
O painel “Do sinistro à sustentabilidade: salvados e economia circular”, moderado por André Vasco (CNseg), reuniu Daniel Morroni (Renova Cap), Gilberto Martins (ANFAVEA), João Irineu (Stellantis) e Marlon Otoni (Allianz). Eles discutiram caminhos para avanço regulatório, rastreabilidade, reutilização de peças e reciclagem, além da padronização de processos. Morroni sintetizou o debate ao afirmar que salvados devem ser tratados como recursos e não como resíduos, integrando de maneira decisiva a agenda de descarbonização.
Outro painel, moderado por Renata Agostini (ANFAVEA), abordou “Sinergias entre os setores de seguros e automotivo”. Participaram Andrea Serra (ANFAVEA), Gustavo Bonini (Scania), Ivani Benazzi (Bradesco Seguros) e Keila Farias Rocha (Tokio Marine). As discussões avançaram sobre inovação em produtos, economia circular e novos modelos de prevenção de riscos. Ivani Benazzi reforçou que o setor de seguros tem capacidade de induzir comportamentos sustentáveis ao longo das cadeias produtivas.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, encerrou o encontro destacando que o setor de seguros é peça central na coordenação entre indústria, governo e sociedade durante a transição climática. Segundo ele, o setor tem potencial para acelerar investimentos, estimular inovação e garantir a gestão dos riscos inerentes à descarbonização. Oliveira reforçou que a Casa do Seguro foi criada justamente para demonstrar que o seguro integra a solução — não há transformação produtiva sem gestão de riscos.
Igor Calvet, presidente da ANFAVEA, celebrou a parceria com a CNseg e afirmou que a COP30 marca um momento histórico em que o país e a indústria podem avançar de forma conjunta.
O Fórum terminou com consenso: a descarbonização do setor automotivo já está em andamento no Brasil, e sua aceleração depende da atuação coordenada entre montadoras, seguradoras, especialistas e formuladores de políticas públicas. Para atingir as metas climáticas nacionais, os participantes defenderam que ambos os setores precisam caminhar lado a lado, compartilhando dados, riscos, investimentos e inovação.
The post Mercado automotivo debate descarbonização na Casa do Seguro appeared first on Revista Apólice.
]]>